DESIGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES

 

DESIGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES

O mercado de trabalho também revela desigualdades de gênero. Estudos mostram que as mulheres não contam com as mesmas condições que os homens em variados aspectos.


A média salarial das mulheres é menor do que a dos homens, apesar de terem estudado, em média, mais anos do que eles, e de haver mais mulheres do que homens com formação de nível superior. Além disso, quanto mais alto o cargo dentro da empresa, menor a participação feminina. De acordo com o IBGE, em 2017, apenas 37% das vagas de direção e gerência eram ocupadas por mulheres; já nos comitês executivos das grandes empresas, a presença feminina era de 10%. 

Alguns fatores explicam essa situação: 

 A mulher ainda é a principal responsável pelos afazeres domésticos e pela criação dos filhos, mesmo quando trabalha fora de casa, configurando a chamada dupla jornada. No Brasil, não há a possibilidade de uma licença parental compartilhada, em que o casal escolhe quem fica em casa, ou se reveza, conforme sua realidade. 

 Tanto em relação à empregabilidade quanto aos salários, as negociações são mais favoráveis aos homens, pois as empresas levam em conta a possibilidade de as mulheres ficarem grávidas e se afastarem do trabalho durante a licençamaternidade, bem como faltarem ao trabalho para cuidar de filhos doentes. 

 Algumas pessoas e grupos ainda veem a mulher como inferior ao homem, como incapaz de exercer certas atividades ou de tomar decisões. Isso é fruto de uma sociedade patriarcal e machista.

A jogadora Marta, à esquerda, mostra sua chuteira sem patrocínio para evidenciar a falta de interesse das empresas do mercado esportivo pelo futebol feminino. Montpellier (França), 2019.

AÇÕES AFIRMATIVAS

 Ao longo das últimas décadas, algumas ações vêm sendo postas em prática, tanto pelos governos municipais, estaduais e federal quanto pela iniciativa privada, com o objetivo de corrigir as desigualdades sociais. Essas medidas, conhecidas como ações afirmativas, visam promover a igualdade de oportunidades entre grupos desprivilegiados da sociedade, bem como combater as discriminações que recaem sobre eles. 

Um exemplo de ação afirmativa foi a aprovação, em 2012, da lei no 12711, conhecida como Lei de Cotas, que modificou o acesso dos estudantes às universidades federais e institutos federais de educação. Essa lei era uma antiga reivindicação do movimento negro brasileiro do país. De modo geral, a lei garante a reserva de 50% das matrículas por curso e por turno a estudantes oriundos das escolas públicas de Ensino Médio.

A Lei de Cotas contempla pessoas de baixa renda, pretos, pardos, indígenas e, desde 2017, pessoas com deficiência. Em 2001, apenas 2% dos estudantes universitários eram negros. Em 2018, dados do IBGE revelaram que, pela primeira vez na história do Brasil, os negros eram maioria nos cursos das universidades públicas, totalizando 50,3% dos estudantes.










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